segunda-feira, 1 de abril de 2013

Treinamento - Um processo educacional

A educação é um processo que envolve dois atos indissociáveis - o de ensinar e o de aprender. Ela pode ser definida como sendo o processo de socialização dos indivíduos que, ao receber educação, passam a refletir sobre a sua realidade, assimilando e desenvolvendo conhecimentos.
No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. Desta forma, o processo educativo é materializado numa série de habilidades e valores, que ocasionam mudanças intelectuais, emocionais e sociais no indivíduo. De acordo com o grau de sensibilização alcançado, esses valores podem durar toda a vida ou apenas um determinado período de tempo.
No sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo.
Quando focamos o grupo podemos entender, também, como sendo uma equipe de trabalho, ou seja, a educação é demandada pelas organizações como uma ferramenta que proporciona, ao profissional, a aquisição de novas competências vinculadas às estratégias empresariais e, conseqüentemente, sua permanência na instituição. Inclusive, pela impossibilidade de interferência direta nas instituições educacionais formais, as empresas criam suas universidades corporativas como uma forma de atender as demandas de treinamento e desenvolvimento específicos e permanentes. (OTRANTO, 2007)[1]
Na via da legislação, a educação brasileira convive com um forte processo de descentralização e busca pela qualidade do ensino ministrado, tanto por instituições públicas como pelas privadas. A atuação do poder público, pelos mecanismos de credenciamento e avaliação, é crucial para que não haja uma formação de (pseudos) profissionais qualificados atuando no mercado profissional.
Geralmente, um programa de treinamento corporativo está inserido na categoria de cursos e programas de “Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores” (Decreto 5154/2004), que inclui a capacitação, o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização, em todos os níveis de escolaridade. Infelizmente, esses programas e cursos não são regulamentados e avaliados pela MEC, ficando com as organizações ou pessoas que procuram por esses cursos a responsabilidade de buscar instituições de educação reconhecidas por sua excelência acadêmica, como uma forma de ter uma “garantia de qualidade” do serviço que será prestado.
Finalizando, devemos ter atenção quando o processo educacional é desenvolvido nas organizações por instituições não educacionais, especialmente pelo próprio antagonismo de conceitos - uma instituição não educacional sendo responsável por um processo educacional. Assim, a ausência de um bem estruturado projeto de treinamento pode conduzir a aceitação de uma “educação” moldada por princípios pragmáticos e tecnicistas de empresas de “treinamento”, onde a racionalidade estará coesa aos processos econômicos de valorização do capital e não de educação do ser humano e valorização institucional.


[1] OTRANTO, Celia Regina. universidades corporativas: o que são e para que servem?< http://www.anped11.uerj.br/30/GT11-2852--Int.pdf> Acesso: 15 mar.2003

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