quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FINAL DE ANO!

Meus amigos,

Desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

Abraços

Anderson Boanafina

COMO ESCOLHER UMA ESCOLA DE QUALIDADE?

Muitos alunos e amigos me questionam, principalmente nessa época do ano, sobre como saber se uma escola é ou não de boa qualidade.

Para tentar ajudar, de uma forma bem ampla e genérica, montei um pequeno Checklist, adaptando os indicadores de qualidade da Educação Infantil (MEC) para ser usado em qualquer segmento (Ed. Infantil, Ensino Fundamental ou Médio). Segue, no link, o material completo (http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/indicadores-EI.pdf)


Checklist


1 – A instituição está regularmente registrada com CNPJ e Parecer de Autorização (Conselho Estadual de Educação, Conselho Municipal de Educação ou Conselho Federal de Educação)?

2 – A instituição possui uma Proposta pedagógica consolidada em forma de documento e conhecida por todos?

3 – A instituição possui um planejamento anual visando o acompanhamento e a avaliação dos seus alunos, professores e equipe técnico-administrativo?

4 - Na prática de planejamento e da avaliação, cria-se condições para que os alunos também possam manifestar suas opiniões?

5 -  A instituição possui documentação organizada sobre os alunos, como ficha de matrícula, cópia da certidão de nascimento, cartão de vacinação e histórico de saúde?

6 - As professoras apoiam os alunos na conquista da autonomia para a realização?

7 - As professoras realizam atividades com os alunos nos quais os saberes das famílias são considerados e valorizados?

8 - As professoras criam oportunidades prazerosas para os alunos construírem novos conhecimentos?

9 - As professoras e demais profissionais chamam os alunos pelos seus nomes?

10 – Os alunos com deficiência recebem atendimento educacional especializado quando necessitam?

11 - As professoras e demais profissionais acolhem as propostas, invenções e descobertas dos alunos incorporando-as como parte da programação sempre que possível (feiras de ciências, eventos culturais..)?

12 - A instituição dispõe de um cardápio nutricional variado e rico que atenda às necessidades das crianças, inclusive daquelas que necessitam de dietas especiais (no caso de oferta de alimentação no local)?

13 - São tomados os cuidados necessários com a limpeza e com a higiene nos espaços físicos da Instituição e nos seus funcionários?

14 - As tomadas elétricas estão colocadas no alto das paredes e possuem tampas protetoras seguras?

15 - A instituição protege todos os pontos potencialmente perigosos do prédio para garantir a circulação segura dos alunos e evitar acidentes?

16 - A instituição tem procedimentos, preestabelecidos e conhecidos por todos, que devem ser tomados em caso de acidentes?

17- Há espaço organizado para a leitura, como biblioteca ou cantinho de leitura, equipado com estantes, livros, revistas e outros materiais acessíveis aos alunos e em quantidade suficiente?

18 - Os espaços e equipamentos são acessíveis para acolher as crianças com
deficiência, de acordo com o Decreto-Lei nº 5.296/2004 ?

19 - Há bebedouros, vasos sanitários, pias e chuveiros em número suficiente e
acessíveis aos alunos?

20 - Há mobiliários, equipamentos e acessibilidade para alunos com deficiência?

21 - Há diversidade e quantidade de material pedagógico suficiente para atender aos alunos, de acordo com as faixas etárias?

22 - Os professores têm, no mínimo, a habilitação necessária a disciplina que leciona?

23 - A Instituição possui uma equipe de pedagógica (supervisão e orientação educacional) devidamente habilitada?

24 - A Instituição possui um programa de formação continuada que possibilita que os professores planejem, avaliem, aprimorem seus registros e reorientem suas práticas pedagógicas?

25 - Os professores são remuneradas, no mínimo, de acordo com o piso salarial nacional do magistério?

26 - A Instituição conhece e implementa procedimentos que visam prevenir problemas de saúde das professoras e demais profissionais?

27 - Os familiares sentem-se bem recebidos, acolhidos e tratados com respeito na Instituição, inclusive em seu contato inicial?

28 -  Os professores e demais profissionais sentem-se respeitados pelos familiares e pela equipe da escola?

29 – É garantido o direito das famílias de acompanhar as vivências e produções dos alunos?

30 – Os alunos possuem seguro escolar?

31 – Outros pais de alunos indicam a escola?

32 – Qual é o IDEB (índice de desenvolvimento da educação básica) da escola?

Esses são apenas alguns elementos, mas se as respostas forem negativas ou a equipe da escola não fornecer respostas, sugiro que reconsiderem a escolha e visitem outras escolas, pois oferecer Ballet, Judô, Acesso à informática ou ter um lindo parque ou quadra de esportes, infelizmente, não garante a qualidade do ensino.

Anderson Boanafina

Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O USO DOS INDICADORES NO CAMPO EDUCACIONAL

Indicadores são definidos como sendo "um conjunto comparável de informação que permita o diagnóstico da situação em estudo, seja ela global ou parcial" (BRASIL, 1994, p.15). São mecanismos que auxiliam a avaliação e controle dos resultados ou desempenho de uma ação que se quer medir. Eles possibilitam, por meio do levantamento de dados e informações, por exemplo, avaliar o progresso alcançado a partir dos resultados obtidos com a implantação de programas de melhoria da qualidade de uma instituição. Eles revelam aspectos de determinada realidade através das prováveis variações.
Os indicadores, no contexto avaliativo, constituem o referencial básico e imprescindível para garantir uma dimensão que seja, ao mesmo tempo, particular e comparável entre os processos. Essa propriedade, de articular-se, transcende o momento avaliativo e assegura, quando os indicadores são bem construídos, a sua confiabilidade e referência.
As análises que os indicadores proporcionam podem ser realizadas sob vários ângulos, demonstrando especificamente o comportamento de um segmento e/ou da instituição como um todo.
A definição de indicadores úteis e precisos, com a finalidade analisar os processos e produzir melhorias, representa um avanço estratégico na consolidação de uma cultura avaliativa no âmbito das instituições de ensino. São os primeiros passos rumo à qualidade educacional que, do ponto de vista institucional, se baseia na construção e agregação de valores aos serviços por elas (instituições) prestados. Assim como, para o seu pleno êxito, é fundamental a habilidade política do gestor ao traçar e implementar o processo avaliativo que, consequentemente, organizará os propósitos e procedimentos para construir melhorias constantes em sua instituição.
Assim, se o gestor de uma instituição de educação se limitar somente aos índices de desempenho comparativo com outras instituições e ignorar a opinião da comunidade, perderá a visão sistêmica do contexto onde a sua instituição está inserida e a quem os seus Cursos servem.
O texto que segue no link, de Ruben Klein (meu ex-professor, mas eterno mestre) e Nilma Fontanive, apresenta, além de uma breve descrição do Saeb, uma visão sobre a importância das metas e de indicadores na construção de melhorias na qualidade do ensino no Brasil.

Anderson Boanafina
Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 2011.

ALGUNS INDICADORES EDUCACIONAIS DE QUALIDADE NO BRASIL DE HOJE  http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v23n01/v23n01_02.pdf

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A AVALIAÇÃO DA ESCOLA (PARTE I)

Um processo avaliativo é indispensável para guiar qualquer instituição que busque a melhoria dos seus processos, serviços e/ou produtos. Pode-se até afirmar que a avaliação é um essencial instrumento de apoio à gestão dessas instituições, tanto para o seu desenvolvimento como para o alcance de padrões elevados de qualidade dos seus resultados.

Na esfera pública, a avaliação adquire um papel importante ao contribuir no processo de transparência e de implementação de ações que, posteriormente, terão seus resultados refletidos na sociedade brasileira. É através dela que os cidadãos verificam de que forma os tributos estão sendo convertidos, ou não, em benefícios. 

Nas últimas décadas, a consolidação da democracia vem contribuindo para aumentar a participação da sociedade nas intervenções do Estado, seja exigindo austeridade, dos poderes constituídos na função fiscalizadora, ou optando por uma Universidade pública que apresente destaque nas avaliações externas dos seus Cursos, por exemplo.  De qualquer forma, um processo avaliativo, preciso e ético, é um instrumento de gestão que auxilia no combate ao desperdício de recursos e, consequentemente, no atendimento as demandas da sociedade, a qual é financiadora e consumidora dos serviços públicos.

Um desafio que surge, a partir dos resultados dos exames de larga escala (SAEB; Prova Brasil), é entender como a escola se apropria desses resultados para discutir o seu papel na construção da sociedade. Em outras palavras, “a avaliação das escolas só tem sentido no quadro de uma mudança e/ou aperfeiçoamento da escola”. (Nóvoa, p6)

Convido a você, meu amigo, a ler o texto (do link) do grande pesquisador e escritor português António Nóvoa. Acredito que teremos uma visão, no mínimo, diferenciada sobre a Escola.

Texto: Para uma análise das instituições escolares

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CULTURA DE AVALIAÇÃO OU POLÍTICA DE AVALIAÇÃO?

O processo avaliativo envolve aspectos técnicos e metodológicos, porém, traz em seu cerne concepções ética, política e cultural, por centrar-se na participação de pessoas. Assim, seus resultados têm reflexos do meio social onde se desenvolve, carregado de valores próprios, ou seja, ela não é neutra.

A atividade avaliativa poderia ser desenhada como sendo uma concorrência constante entre a legitimidade da coleta de dados e a representatividade dos seus resultados. As estratégias e recursos utilizados pelos avaliadores, nessa disputa, formam visões diferentes das práticas avaliativas mais valorizadas e reconhecidas.

Em uma breve análise sobre a trajetória histórica da prática da avaliação, percebe-se uma evolução entre a mensuração, medida, observação e descrição da realidade, para a análise crítica com julgamento de valor ético-político pactuado entre os envolvidos. Assim, os resultados da avaliação passaram a interessar não só aos avaliadores, mas aos sujeitos envolvidos nos processos avaliativos (os stakeholders).

Essa complexidade, que constitui do ato de avaliar, conduz o avaliador a uma imersão no processo para compreender as múltiplas interferências internas e externas que afetam o resultado. Uma avaliação de aprendizagem, de políticas públicas ou de programas, qualquer que seja, segundo Grinspun (2001, p. 228), "busca travar um diálogo produtivo entre teoria e prática, entre política e ação, entre subjetividade e objetividade", que afetam seres humanos e/ou instituições.

Penna Firme e outros (2009, p. 172) defendem que é necessário diferenciar os conceitos de política de avaliação e cultura avaliativa, pois enquanto a primeira “é percebida como um conjunto de orientações que estabelece regras e procedimentos [...], a cultura avaliativa faz parte do conjunto de [...] crenças, valores, estilos e comportamentos [...]” das organizações. Na opinião da referida autora,

A avaliação é normalmente um desafio tanto para o avaliador como para o avaliado. [...], a presença de uma cultura avaliativa facilita o enfrentamento deste desafio, a sua ausência frequentemente gera medo da avaliação. [...] Realizar uma avaliação em uma área sem política avaliativa e sem cultura da avaliação é um caos [...] (PENNA FIRME et al., 2009, p.173-174).

A cultura avaliativa no Brasil é construída, geralmente, após a implementação de processos avaliativos baseado em experiências de outras instituições.  Todavia, após a sua apropriação pelos envolvidos, o processo avaliativo permite orientar decisões de forma racional e, a partir da compreensão da sua essência, a construção de relações entre a missão institucional com as suas ações e estes aos seus produtos e/ou serviços oferecidos à sociedade.

O link conduz o leitor desse blog a um interessante artigo da Thereza Penna Firme, e outros autores, onde os conceitos de “cultura de avaliação” e “política de avaliação” são discutidos a luz da experiência brasileira. O texto está em inglês, mas compensará o esforço.

Anderson Boanafina
Rio, 05/12/2011

Artigo: Cultura de Avaliação e Política de Avaliação como guias para a sua Prática: Reflexões a respeito da Experiência Brasileira - http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v17n62/a09v1762.pdf