quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ENEM não é um indicador de qualidade do Ensino Médio

Indicadores são definidos como sendo "um conjunto comparável de informação que permita o diagnóstico da situação em estudo, seja ela global ou parcial" (BRASIL, 1994, p.15)[1]. São mecanismos que auxiliam a avaliação e controle dos resultados ou desempenho de uma ação que se quer medir. Possibilitando, por meio do levantamento de dados e informações, por exemplo, avaliar o progresso alcançado a partir dos resultados obtidos com a implantação de programas de melhoria da qualidade de uma instituição. Eles revelam e qualificam aspectos de determinada realidade através das prováveis variações.
O desafio na construção de indicadores está em tê-los como retrato de uma determinada situação de uma maneira simples, apesar da incerteza e da complexidade que muitas vezes os envolvem. Considerando que, para serem considerados validos, segundo Jannuzzi (2002)[2], “(...)é preciso garantir que exista, de fato, uma relação recíproca entre indicando (conceito) e os indicadores propostos (...)” (p.54).
Dessa forma, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) não pode ser considerado um Indicador da qualidade do ensino ministrado em uma determinada instituição, especialmente por ele não ter essa finalidade. Assim, o famoso “ranking” criado pela mídia é falso (veja a reportagem no link), considerando que muitas escolas de ensino médio estão montando turmas especiais, chamadas “pré-enem”, para preparar alunos com o único objetivo de elevar o desempenho da instituição. Isso não é educação de qualidade, isso é maquiagem.
O ENEM é um instrumento de avaliação individual (uma prova) que considera o nível de proficiência que o aluno adquiriu durante toda a sua vida, inclusive na escola. Desta forma, o ENEM é uma avaliação centrada nas competências e habilidades individuais de forma contextualizada, conseqüentemente, passa tanto pelo conhecimento adquirido desde o ensino fundamental até os jornais e livros que lê, as visitas aos museus e as notícias que ouve.
Se você deseja que seu filho tenha um bom desempenho no ENEM, escolha uma escola (desde o ensino fundamental) com uma boa proposta pedagogia de formação reflexiva, incentive a leitura, visite museus e debate com ele temas relevantes para a sociedade.  
Anderson Boanafina
Procon afirma que escola distorce dados do ranking do Enem 2011Leia mais sobre esse assunto em: http://oglobo.globo.com/vestibular/procon-afirma-que-escola-distorce-dados-do-ranking-do-enem-2011-6947549#ixzz2EMbR6w54

[1] BRASIL - Programa de avaliação institucional das universidades brasileiras: SESu, 1994.
[2] JANNUZZI, Paulo de Martinho - Indicadores sociais na formulação e avaliação de políticas públicas Revista Brasileira de Administração Pública, Rio de Janeiro, v.36(1):51-72, jan/fev 2002

Desafios da educação profissional - parte 1

A concepção de Educação Profissional mudou e estamos vivenciando sua expansão, a partir das políticas e programas de formação e qualificação profissional!

E a qualidade na formação desses profissionais(especialmente da saúde)? Será que estamos formando mais e, também, melhor?

Estudo (1) realizado comparando a ocorrência de erros nos anos de 2003 e 2007, em um hospital universitário brasileiro localizado em Fortaleza (Ceará), identificou:

n      Na média, a cada 1.000 itens prescritos foram identificados 292,5 erros.
n      Erros mais comuns:
a)     falta de dados na prescrição;
b)     erros no preenchimento de prontuários;
c)      falta (ilegível) de assinaturas e especificações;
d)     erros de prescrição, de manipulação e administração de medicamentos;
e)     procedimentos inapropriados ou técnicas inadequadas na administração de medicamentos.

Outra pesquisa (2), agora realizada na Unidade de clínica médica de um hospital universitário localizado na cidade de Ribeirão Preto-SP, revela um quadro semelhante.

n      Os dados foram coletados por período de 30 dias.
n      No total de 821 doses de medicamentos administrados, 70 doses continham 74 erros de medicação, ou seja, havia doses com a ocorrência de mais de um erro em sua administração.
n      Erros mais frequentes:
a)     erros de dose (24,3%);
b)     erros de horário (22,9%);
c)     uso de medicamentos não autorizados (13,5%).

Esses dados demonstram o quanto ainda é necessário a formulação e revisão de políticas, nas três esferas de governo, e de implementação de ações colaborativas entre os entes da federação, visando a formação de jovens e a qualificação de trabalhadores.

O movimento de expansão da educação profissional, contudo, não pode provocar distorções na oferta, ou seja, quantidade não significa abrir mão da qualidade, seja na concepção ou na metodologia educacional. Consequentemente, o projeto é de formação cidadã; e não somente de trabalhadores.

Anderson Boanafina
(1) Artigo: Erros de prescrição de medicamentos em um hospital brasileiro . Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n3/v57n3a13.pdf.  Acesso em: 30 de nov. 2012.
(2) Artigo: Análise de causa raiz: avaliação de erros de medicação em um hospital universitário Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/a20v44n1.pdf.  Acesso em: 29 de nov. 2012.

Curso de Especialização em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde

O Curso de Especialização em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz, é uma proposta inovadora, que parte do estudo das diferenças conceituais e epistemológicas entre história, memória e patrimônio, associando a esses os debates sobre a formulação e a aplicação dos princípios legais e dos rumos das políticas de preservação, sendo uma oportunidade para profissionais que desejam atuar tanto no segmento profissional quanto no acadêmico.

São oferecidas 20 vagas para pessoas com diploma de nível superior, principalmente, nas áreas das ciências humanas, ciências sociais aplicadas e ciências da saúde, que atuam ou possam atuar em órgãos ministeriais, das secretarias estaduais e municipais e de suas agências, institutos e hospitais, assim como em instituições de custódia (arquivos, museus, bibliotecas e centros de documentação), responsáveis pela preservação do patrimônio cultural das ciências e da saúde.

As inscrições estão abertas até o dia 8 de fevereiro de 2013, sendo necessário acessar a Chamada Pública no site www.coc.fiocruz.br para obter informações sobre o processo seletivo.  Outros esclarecimentos poderão ser obtidas pelo telefone: (21)3865-22344 ou pelo e-mail: secadcoc@fiocruz.br.    

As aulas serão ministradas na Casa de Oswaldo Cruz (Campus Fiocruz – Manguinhos – Rio de Janeiro - RJ), as terças e quintas-feiras, das 9h às 17h. O aluno deve estar preparado também para participar de atividades fora da sede e do horário do curso.

Anderson Boanafina

Curso de Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde

Curso de Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde tem como objetivo a formação de especialistas que possam acompanhar a presente e crescente demanda de mediação entre a ciência, a tecnologia e o conjunto da sociedade, tanto no campo profissional prático como no de pesquisa científica, em particular buscando estratégias e ferramentas para incrementar o diálogo na interface ciência, tecnologia, saúde e sociedade.

São oferecidas 20 vagas para pessoas com diploma de nível superior, principalmente, museólogos, comunicadores, jornalistas, cientistas, educadores, sociólogos, cenógrafos, produtores culturais, professores de ciências licenciados (nível superior) e demais na área da divulgação da ciência, da tecnologia e da saúde, da comunicação pública da ciência e da popularização científica.

As inscrições estão abertas até o dia 25 de fevereiro de 2013, sendo necessário acessar a Chamada Pública no site www.coc.fiocruz.br para obter informações sobre o processo seletivo.  Outros esclarecimentos poderão ser obtidas pelo telefone: (21)3865-22344 ou pelo e-mail: secadcoc@fiocruz.br.   

As aulas serão ministradas na Casa de Oswaldo Cruz (Campus Fiocruz – Manguinhos – Rio de Janeiro - RJ), de segunda a quinta-feira, das 9h às 13h.as terças e quintas-feiras. O aluno deve estar preparado também para participar de atividades fora da sede e do horário do curso nas demais instituições parceiras (Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST, CECIERJ e Casa da Ciência).

Anderson Boanafina